Os suplementos alimentares, ou suplementos nutricionais, são produtos usados para complementar a alimentação, podendo ser indicados para ajudar no tratamento de deficiências nutricionais, no ganho de massa muscular ou emagrecimento.
Os suplementos alimentares são vendidos em lojas de suplementos ou farmácias, na forma de cápsulas, comprimidos, pós, géis, ou gomas de mascar, por exemplo, podendo conter vitaminas, minerais, aminoácidos essenciais, extratos vegetais, fibras, enzimas, entre outros.
A dosagem e a forma de ingestão de suplementos alimentares variam de acordo com o tipo de suplemento, a idade e os objetivos de cada pessoa. Por isso, é importante consultar um médico, nutricionista ou outro profissional de saúde antes de tomar suplementos.
Além disso, de acordo com a Anvisa, no Brasil, os suplementos não podem apresentar indicação de prevenção, tratamento ou cura de doenças.
Tão importante quanto prescrever o produto certo, é utilizar a quantidade necessária de Suplementação Nutricional Oral (SNO) para atingir os objetivos que se espera deles.
Interação entre medicamentos e suplementos nutricionais: o que evitar.
Os suplementos alimentares são frequentemente utilizados para complementar a alimentação e ajudar no tratamento de deficiências nutricionais. No entanto, quando utilizados de forma inadequada ou em combinação com medicações, eles podem causar efeitos indesejáveis.
Suplementos de vitamina E ou ômega-3, por exemplo, podem interferir na eficácia de medicamentos anticoagulantes, aumentando o risco de sangramentos. Já os suplementos de ferro podem reduzir a eficácia de antibióticos ou de remédios para a tireoide.
O uso de certos fármacos pode modificar a utilização de alguns nutrientes, com implicações clínicas tanto na eficácia terapêutica medicamentosa como na manutenção do estado nutricional. Por sua vez, os nutrientes são também capazes de interagir com fármacos, sendo um problema de grande relevância na prática clínica, podendo causar alterações nos efeitos farmacológicos ou na biotransformação do fármaco. Porém, de acordo com a nutricionista Cristina Martins, mestre em nutrição clínica pela New York University, doutora em Ciências Médicas em nefrologia pela UFRS, coordenadora do setor de nutrição da Fundação Pró-renal Brasil e autora do livro Interações Fármaco x Nutrientes, é importante reconhecer que as interações farmaconutrientes são possibilidades. Não significa, necessariamente, que ocorrerão em todos os indivíduos; depende de vários fatores, como quantidade de fármaco e de alimento utilizada, uso de diversos fármacos, idade, sexo, estado clínico e físico do usuário, entre outros.
E esta interação começa já na boca. Os fármacos podem alterar o fluxo salivar, causando boca seca, aumento de cáries, estomatite e glossite, alterando a digestão, principalmente de carboidratos. Porém, as interações mais prejudiciais estão no efeito do fármaco na absorção, no metabolismo e na excreção de nutrientes. Por outro lado, os alimentos podem aumentar ou reduzir/neutralizar a ação dos fármacos, avalia. Um exemplo deste último caso são alimentos ricos em cálcio que podem diminuir o efeito do antibiótico tetraciclina, cuja absorção também é prejudicada por uso de antiácidos (veja mais no quadro). Além disso, a presença de alimento no estômago pode diminuir a taxa e/ou a extensão da absorção do fármaco.
A nutricionista ainda lembra que há alimentos que interagem potencialmente com os medicamentos. Por sua vez, estes podem conter excipientes, substâncias que são adicionadas para dar forma, consistência, sabor, cor ou para agir como diluente. Os excipientes podem interagir com os nutrientes ou causar reações adversas, adverte. Alguns exemplos são a albumina, presente em alguns medicamentos; o álcool (etanol), usado como um solvente em preparações farmacêuticas; álcool benzílico, agente bacteriostático usado em soluções parenterais; amido, que vem do milho, trigo ou batata e é adicionado a medicamentos como excipiente, quelante ou diluente e são impróprios para pacientes com doença celíaca, que têm intolerância permanente ao glúten. A lista ainda inclui outras substâncias, como aspartame, cafeína, lactose, manitol (álcool do açúcar manose), óleo vegetal, oxalato, ácido fítico, sacarina, sorbitol, sulfitos, tartrazina, tiramina e outros agentes pressores.
Fonte: PRODIET NUTRITION
Dada a complexidade das interações entre medicações, alimentos e suplementos, nunca é demais lembrar da importância de uma orientação nutricional e/ou médica qualificada. Para garantir que o seu tratamento seja eficaz e livre de complicações, sempre busque ajuda de um profissional de saúde.
O profissional de saúde estará preparado para ajudar você a entender os riscos de combinações erradas e a formular um plano de tratamento seguro e adequado às suas necessidades.
Cuidados na administração de suplementos em pacientes pediátricos.
Suplementação para crianças: quando ela é necessária e quais são os benefícios?
Embora seja uma questão que avançou muito nas últimas décadas, a desnutrição hospitalar infantil ainda é considerada alta no Brasil. O problema atinge entre 7,5% e 45,6% das crianças submetidas às internações pediátricas. Nesse contexto, a adoção da abordagem nutricional adequada faz toda a diferença na obtenção de resultados clínicos positivos, em diferentes quadros.
É importante conhecer as características e os impactos da desnutrição e, claro, o papel da suplementação oral, cujo objetivo é reduzir os danos dessa condição e contribuir para a recuperação de pequenos pacientes, com diferentes quadros clínicos.
Caracterização dos quadros de desnutrição
De forma sucinta, a desnutrição é caracterizada por um desequilíbrio nutricional, tanto de micro como de macronutrientes e calorias. Ela pode estar relacionada com a privação alimentar (chamada de desnutrição primária) ou secundária a uma doença de base (chamada de desnutrição secundária). Além disso, também temos a desnutrição aguda, que reflete uma perda de peso rápida, e a desnutrição crônica, relacionada a deficiências de nutrientes a médio e longo prazo.
Independentemente do tipo de desnutrição, ela pode afetar o desenvolvimento infantil em qualquer contexto. No ambiente hospitalar, por exemplo, ela está relacionada a um maior risco de episódios infecciosos, maior tempo de internação, elevação dos custos hospitalares e maior morbimortalidade nos desfechos clínicos. Portanto, considere o impacto disso sobre a fisiologia infantil e sua consequência para a recuperação do paciente deve ser encarada sempre como parte essencial do cuidado oferecido.
Isso passa, primeiro, por determinar e considerar o risco nutricional da criança, através da triagem nutricional, que contribui para uma identificação precoce do estado nutricional e assim, permitir ações rápidas para evitar as complicações. É normal, por exemplo, que pacientes evoluam de forma negativa em períodos de internação prolongada, por conta de longos períodos de jejum, pela redução da quantidade de alimento ingerido por via oral ou pelo agravamento da doença.
Nesse processo, um rastreamento nutricional deve ser realizado no momento da admissão do paciente pediátrico e é a ferramenta mais utilizada para considerar as crianças com probabilidade de apresentarem maior risco em desenvolver a desnutrição. Dentre as vantagens, podemos citar que ela não é invasiva, de baixo custo e apresenta alta eficiência na detecção dos resultados.
Dentre a literatura, existem inúmeras ferramentas de triagem utilizadas pelos profissionais para esse fim, sem um consenso sobre qual é o melhor ou mais adequado. Alguns contam com tradução para o português, enquanto outros estão restritos ao inglês. A decisão de qual utilizar cabe a cada serviço de saúde decidir, de acordo com suas particularidades individuais, seus objetivos e características.
Assim como nos adultos, nos pacientes pediátricos, é fundamental estabelecer as necessidades nutricionais de forma individualizada, considerando sua alta demanda decorrente da extensão etária, aliada a determinados quadros clínicos.
É comum ajustar uma meta proteica entre 15% e 50% em caso de diagnóstico de desnutrição ou diante da perda de peso importante.
Além disso, é normal que pacientes pediátricos desnutridos apresentem prejuízo no aporte de vitaminas e minerais. Anemia e deficiência de vitamina A são as situações mais relacionadas.
Cuidados essenciais para a introdução da intervenção nutricional
A partir do momento em que o quadro nutricional está definido, é fundamental adequar uma intervenção nutricional quando necessário, adequar um cardápio que considere os hábitos da criança, a melhor textura de acordo com a idade e o fornecimento dos nutrientes para deficientes, facilitando sua acessibilidade.
Além disso, podem ser oferecidos módulos de macronutrientes e micronutrientes, além de suplementação nutricional oralmente completa, conforme avaliação e prescrição do nutricionista ou médico responsável pelo acompanhamento.
A introdução do suplemento oral tem como méritos favorecendo a oferta de nutrientes deficientes e garantindo as calorias permitidas, contribuindo para que os objetivos nutricionais sejam realizados.
Em geral, eles são indicados quando a ingestão de alimentos é incapaz de suprir pelo menos 70% das necessidades nutricionais. É indispensável que o paciente tenha a função digestiva e a capacidade oral preservada. Diante das dificuldades da adesão à suplementação oral, investir em sabores e texturas variadas em relação aos produtos oferecidos pode contribuir para obter resultados de melhores. Não raro, a monotonia desses suplementos é apontada como uma causa constante de queixa entre pacientes pediátricos.
Para contornar a falta de adesão das crianças no uso de suplementos orais, vale investir em apresentações lúdicas, variadas e chinesas dos suplementos indicados. Se mesmo assim, essa alternativa não gera os resultados esperados, outro tipo de terapia nutricional deve ser avaliado (nutrição enteral ou nutrição parenteral), principalmente diante do risco de piora do quadro nutricional e das consequências que isso acarreta para a condição clínica.
FONTE: Suplementação para crianças: quando ela é necessária e quais são os benefícios? – FRESENIUS KABI - https://www.fresubin.com/br/en/node/733
Erros comuns no uso de suplementos em hospitais e como evitá-los.
Os erros comuns no uso de suplementos alimentares incluem o uso excessivo, a interação com medicamentos e o uso sem acompanhamento médico.
Uso excessivo
- Pode causar ganho de peso e problemas de saúde
- Excesso de cafeína pode causar taquicardia, ansiedade, dores de cabeça, cólicas e diarreia
Interação com medicamentos
- Alguns suplementos podem interferir na ação de medicamentos, aumentando ou diminuindo seus efeitos
- Por exemplo, suplementos de vitamina K podem interferir em anticoagulantes, como a varfarina
Uso sem acompanhamento médico
- Pode causar problemas como arritmia, alteração da pressão arterial, insônia, sonolência e ansiedade
- Pode causar sobrecarga renal e hepática, aumento da acne, dores abdominais, desidratação, redução da densidade óssea, alterações psicológicas e cardíacas
Como evitar erros
- Ler os rótulos dos suplementos para saber os ingredientes, dosagem e modo de uso
- Consultar um profissional de saúde antes de começar a usar qualquer suplemento
- Evitar suplementos com aditivos artificiais
- Verificar a quantidade de nutrientes por porção
- Buscar por certificações de qualidade, como o selo da ANVISA
- Informar seu médico ou nutricionista sobre todos os suplementos alimentares que você estiver utilizando
Checklist para avaliação de qualidade de suplementos nutricionais.
Para avaliar a qualidade de um suplemento nutricional, pode verificar se o produto tem as certificações necessárias e se as informações do rótulo estão completas.
Certificações
- Verifique se o suplemento tem selos de qualidade e certificações de órgãos reconhecidos, como a Anvisa.
- Verifique se o suplemento tem certificações como o selo Creapure para creatina ou o selo Veg para produtos veganos.
Informações do rótulo
- Verifique se o rótulo tem informações nutricionais e a lista de ingredientes.
- Verifique se o rótulo tem a data de validade claramente informada.
- Verifique se o rótulo tem informações detalhadas sobre o local de fabricação e distribuição.
- Verifique se o rótulo tem informações sobre o lote do produto, permitindo sua rastreabilidade.